A Câmara poderá votar nesta terça (4) um projeto de lei capaz de motivar a criação de 400 novos municÃpios. No último dia 7 de maio, os deputados aprovaram a tramitação em caráter de urgência do projeto, engavetado desde 2008. Mas nas últimas semanas, a votação foi sucessivamente adiada porque a Câmara se dedicou a medidas provisórias que estavam prestes a vencer. Agora, o projeto deverá entrar na pauta desta semana.
O número de 400 possÃveis novos municÃpios é resultado de levantamento efetuado em maio pelo G1 nas 26 assembleias legislativas. Segundo informações das assessorias, há pelo menos 397 pedidos de criação de novos municÃpios nas assembleias. O dado mais recente da Confederação Nacional dos MunicÃpios (CNM), apurado em 2011, apontava 807 iniciativas de criação de novos municÃpios no paÃs.
Os distritos que desejam se emancipar dependem da aprovação do projeto porque uma emenda constitucional aprovada em 1996 proibiu a criação de novos municÃpios por leis estaduais e definiu que isso só pode ser feito por meio de autorização em lei complementar federal, até hoje não aprovada.
O projeto que recebeu o carimbo de urgência no último dia 7 na Câmara estabelece as regras de incorporação, fusão, criação e desmembramento de municÃpios. à de autoria do senador Mozarildo Cavalcanti (PTB-RR) e tem "apensadas" (anexadas) outras 15 propostas sobre o mesmo assunto. A urgência permite uma tramitação mais rápida, sem que a proposta tenha de passar pelas comissões da Casa.
AS ETAPAS PARA A CRIAÃÃO DE UM NOVO MUNICÃPIO, SEGUNDO O PROJETO
Protocolar na Assembleia Legislativa pedido de criação do municÃpio assinado por pelo menos 10% dos eleitores do distrito, obedecendo à s seguintes condições:
- Eleitorado igual ou superior a 50% da população do distrito;
- Ter ânúcleo urbano já constituÃdoâ e dotado de infraestrutura, edificações e equipamentos âcompatÃveis com a condição de municÃpioâ;
- Ter arrecadação superior à média de 10% dos atuais municÃpios do estado;
- Ãrea urbana não pode estar situada em reserva indÃgena, área de preservação ambiental ou área pertencente à União.
Após o pedido, elaboração em 180 dias, pela Assembleia Legislativa, de "estudo de viabilidade" do novo municÃpÃo e área remanescente do municÃpio do qual o distrito pretende se separar. O estudo deverá verificar a viabilidade econômica, ambiental e polÃtica do novo municÃpio. ConcluÃda essa etapa, o relatório terá de ser apreciado pelos deputados estaduais, que poderão arquivar ou aprovar o projeto.
Se o pedido for aprovado pela assembleia, será realizado um plebiscito que envolverá a população do distrito interessado em se emancipar e a do municÃpio ao qual o distrito pertence.
Se no plebiscito vencer a opção "sim", a assembleia legislativa terá de votar uma lei estadual autorizando a criação do novo municÃpio.
Após a aprovação da lei pela assembleia, será marcada data para eleição de prefeito, vice e vereadores do novo municÃpio.
O projeto foi apresentado pelo senador em 2002 e aprovado pelo Senado em 2008, quando foi enviado à Câmara. Se aprovado pelos deputados, seguirá para sanção ou veto da presidente Dilma Rousseff.
No último dia 7, a urgência foi aprovada por 399 votos a 19 diante da presença nas galerias de manifestantes favoráveis às emancipações de distritos.
âA Câmara tem que votar essa lei, porque está devendo isso desde 1996. Essa lei é necessária para se fazer a emancipação de vários distritosâ, disse ao G1 o presidente da Confederação Nacional dos MunicÃpios, Paulo Ziulkoski.
Apesar de defender a iniciativa, o dirigente da entidade critica parte do texto que ganhou caráter de urgência.
Pela proposta de Mozarildo Cavalcanti, novos municÃpios poderão ser criados somente após a realização de um plebiscito. Além disso, o projeto exige que a proposta de novo municÃpio seja solicitada por requerimento assinado por pelo menos 10% dos eleitores residentes nas áreas envolvidas.
Ziulkoski observa que a proposta não define claramente os critérios para elaboração do estudo de viabilidade urbana, uma das exigências para a criação do municÃpio. âO que é estudo de viabilidade urbana? Isto não está claro na propostaâ, reclamou.
Ele também se opõe à s exigências de população mÃnima â 5 mil habitantes nas Regiões Norte e Centro-Oeste; 7 mil habitantes na Região Nordeste; 10 mil habitantes nas Regiões Sul e Sudeste.
âVejo muita dificuldade de criação desses municÃpios com essas regras populacionais. Muitas vezes os municÃpios com menor população apresentam os melhores indicadores sociais e de escolaridade infantilâ, argumentou.
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